Hoje apresentarei o relatório da experiência de refletir e discutir a educação a distância. Dos textos indicados para a leitura e nos blogs acompanhados nessas semanas de estudo, aprendi muito sobre a promoção, legislação, oferta, e visão a respeito da modalidade de educação a distância.
Atualmente a educação brasileira está se adequando as mudanças impostas pela globalização do capitalismo que resultaram na dinâmica dos diferentes grupos sociais, na busca e nas estruturas de poder, e intensificou as tensões e lutas em âmbito mundial. Todas as mudanças na economia em escala mundial acabaram por intensificar a busca/luta pelo poder e o relacionamento entre as pessoas. No caso do Brasil há uma grande contradição, pois mesmo com as inúmeras inovações tecnológicas, grande parte da população continua vivendo com uma baixa renda mensal, vivendo em estado de pobreza, sem a garantia de moradia, saúde e educação. Dentro desse contexto a educação brasileira reflete todas essas contradições.
Nos textos das aulas ficou claro que a Lei de Diretrizes da Educação Nacional (LDB) – Lei 9394/96, desencadeou o processo de reconhecimento da educação a distância (EAD) no Brasil que, por sua vez, passou a exigir uma definição de políticas e estratégias para sua implementação e consolidação nas mais diversas Instituições de Ensino Superior (IES) do país. Após a LDB (Lei nº9394/96) e, sobretudo, de 2002 em diante se efetivou o credenciamento das Instituições Ensino Superior para a EaD. A grande maioria dos cursos nessa modalidade foi oferecidos por instituições particulares e depois houve a implantação da Universidade Aberta (UAB) nas instituições públicas.
Os objetivos da educação a distância podem ser distintos, tanto de suprir lacunas educacionais e ou de gerar lucros as empresas que oferecem a modalidade de educação a distância.
A EaD é uma das vias para que as metas do governo de expansão consigam ser alcançadas. O novo Plano Nacional de Educação de 2011-2020 tem a meta de elevar a taxa da educação superior para 50% e a taxa líquida de 18 e 24 anos para 33%. O Plano ainda pretende formar 60 mil mestres e 25 mil doutores por ano, além de garantir aos professores a formação continuada. Como pensar que isso será possível sem a ampla utilização e promoção da EaD?
No entanto, dentro dessa discussão, é importante deixar claro que é preciso primar pela qualidade da educação oferecida, e a mesma deve ser debate constante das instituições que oferecem o ensino superior nessa modalidade. Assim, a medida em que crescem em números, deve crescer também a fiscalização das mesmas, para garantir uma oferta de educação que permita aos alunos tornarem-se bons profissionais nas áreas escolhidas.
Acredito ser importante esclarecer uma questão referente a EaD no ensino superior. A EaD não está destoante dos cursos presenciais, a legislação permite inclusive que as disciplinas cursadas a distância sejam aproveitadas em cursos presenciais. O Decreto nº 5622, de 19 de dezembro de 2005, que regulamenta EaD e determina que os cursos e programas a distância deverão ser projetados com a mesma duração definida para os respectivos cursos na modalidade presencial. Depois de formados os diplomas de um mesmo curso nas diferentes modalidades devem ser aceitas da mesma forma.
O aumento na oferta de cursos EaD, reflete o interesse de muitas instituições de ensino superior de oferecerem a modalidade e conseguirem a autorização para oferta de cursos, o credenciamento da instituição junto ao Ministério da Educação, e o reconhecimento de seus cursos. Junto desse crescimento, acredito ser importante que se intensifiquem também o debate sobre a EaD. Como ficam os projetos pedagógicos e sua dinamização? De que forma se dá a prática do professor? É exigida maior autonomia desse aluno, que no presencial? Quais as funções dos tutores? Como otimizar a utilização das tecnologias disponíveis? É necessário todo um arcabouço de iniciativas para que a EaD no Brasil alcance o sucesso. As políticas públicas devem estar voltadas a promoção da EaD, a supervisão dos cursos deve ser rigorosa e frequente, os professores e tutores devem ter boas condições de trabalhos e salários compatíveis ao ensino superior, o fomento a pesquisa de inovação das tecnologias educacionais deve ser constante, o estímulo a formação continuada deve ser incorporado a sociedade. As iniciativas em conjunto fornecerão subsídios para a qualidade do ensino oferecido.
O MEC junto a extinta Secretaria de Eduacação a Distância, elaborou o projeto Universidade Aberta do Brasil, e depois de muita discussão o sistema UAB foi instituído pelo Decreto 5800, de 8 de junho de 2006, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no País, mediante a oferta de cursos e programas a distância por instituições públicas de ensino superior, em articulação com pólos de apoio presencial. Dentre as finalidades da UAB estão: ampliar o acesso à educação superior pública; reduzir as desigualdades de oferta de ensino superior entre as diferentes regiões do País; estabelecer amplo sistema nacional de educação superior a distância; fomentar o desenvolvimento institucional para a modalidade de educação a distância, bem como a pesquisa em metodologias inovadoras de ensino superior apoiadas em tecnologias de informação e comunicação. Segundo ALONSO:
No caso brasileiro, parece haver uma tendência para a criação de espaços alternativos de formação, com base nas instituições educativas convencionais. Isso representa, sem dúvida, um esforço enorme quanto a transformações efetivas nas estruturas organizacionais, principalmente nas universidades. Contudo, esse esforço imprime dinâmicas seja de trabalho seja nas culturas institucionais, uma vez que a EAD exige tempo e organização de trabalhos específicos. O fato é que começar um trabalho com a EAD implica reconfiguração profunda nas instituições educacionais. Reconfigurações que dizem respeito a novas formas de planejamento institucional - tanto financeiro como administrativo -, formação de pessoal, organização do trabalho docente distinta das que conhecemos. (ALONSO, 2005: 56)
Os blogs que acompanhei durante essas semanas de elaboração do desafio de aprendizagem foram o EscolaEaD e o EducaçãoaDistância. Neles são vinculadas tanto informações a cerca da promoção/expansão da EaD como acontecem muitas discussões mais profudas como uma que acompanhei e contribui sobre a formação dos professores EaD, e a preparação dos mesmos para aturem na modalidade, o que é um desafio. Nessa última, ao professor, não basta dominar apenas o conteúdo, ele precisa também dominar as tecnologias disponíveis para o seu trabalho.
O blog EscolaEaD tornou-se um divulgador de cursos e novidades na EaD, o Professor Rogério divulgou uma Biblioteca virtual da Unicamp, cursos online grátis da FGV, além é claro de levantar discussões sobre a os paradigmas da educação atual e as tecnologias que podem e devem ser utilizadas.
Já no outro blog os posts aconteceram com maior frequência e pude perceber que havia mais seguidores e um maior alcance de pessoas. Nesse as matérias eram a fonte para a discussão dos seguidores, o blog, fornece importantes informação a todos que se interessam pela área e pela temática foi bem legal acompanhar o blog, e a partir dos posts perceber o quanto a EaD está crescendo no cenário brasileiro, a previsão do MEC é de um milhão de alunos no ensino superior até o final de 2011.
Foi muito interessante acompanhar essa disciplina e ver toda a mudança na educação a distância no Brasil (aqui foi observada a educação superior), que atualmente pode ser desenvolvida pelo aluno em seu tablet em qualquer lugar do mundo, com interação em tempo real.
REFERÊNCIAS
ALONSO, Myrtes e ALEGRETTI, Sonia Maria de M. 2003. Introduzindo a pesquisa na formação de professores a distância. IN: VALENTE, José Armando, PRADO, Maria Elizabette B. Brito e ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de. Educação a Distância Via Internet. São Paulo: Avercamp.
BRASIL. MEC. Lei 9394/96. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/p df/tvescola/leis/lein9394.pdf . Acesso <03 agosto 2011>
BRASIL. MEC. Decreto no 5800/2006. Disponível em: http://www.mec.gov.br Acesso: <03 agosto 2011>
Blogs seguidos nessas semanas da disciplina: